sábado, 27 de fevereiro de 2010

sabadabadoo

é sábado com toda a vontade!

quinta-feira, 25 de fevereiro de 2010

dare me


"un chien andalou" luis buñuel e salvador dalí


dos trabalhos do olhar, do cansaço do pensar, do peso de sonhar.


das pegadas


















i got my feet on the ground. and yes, i'll go sleep to dream!


dos afectos






















INTERJEIÇÃO: dourada. interlinear e exposta a tudo: uma adoração e um afecto advindo da competência das ideias. e mais: da generosidade do sujeito que as tem.




estou exposta a tudo isso.
e calço a consciência disso. com uma leveza extraordinária. porque entre linhas é um espaço estreito, muito próximo.

deixo aqui umas pegadas.



do ofício


amanhã, quinta-feira, a estalar a exposição:
cinco áfricas . cinco escolas
(um viva à interescolaridade)


comissariada pelo arq.º Manuel Graça Dias.

às 17h confereência no auditório Fernando Távora, da FAUP, com os culpados:
arq.ª Inês Lobo
arq.º Pedro Maurício Borges
arq.º Pedro Reis
arq.º Jorge Figueira
arq.ºs Pedro Ravara e Nuno Vidigal



siza matters

so does size...
mas fiquei a pensar nisto, de que Siza dentro de Frank Lloyd Wright = masterpiece

fusões desta qualidade deixam-me derretida.

quarta-feira, 24 de fevereiro de 2010

do mestre


depois de ontem revisitado o discurso de Siza Vieira, numa conferência dada em 1990 na FAUP, imediatamente tive aquele espasmo que só uma admiração desmedida me consegue provocar.
a qualidade dos projectos e a perspicácia do seu pensamento, naquele tempo, eram tremendamente eficazes e sedutores. as obras dão-nos esse testemunho. em 1992 dão-lhe um Pritzker!
visão útil e visão sensível, poética. raciocínios amplos. AGRAVADOS com o passar dos anos.
é estimulante poder usufruir das suas obras, das palavras, dos desenhos.
e tenho tudo isso na cabeça a fervilhar e suspiro com um só fôlego: seduzido.

hoje leio um desafio proposto ao Arquitecto:


apesar de pequeno para a dimensão trabalhada por ele, fico expectante. e espero que venha a ser, no mínimo, assim como tudo o que tem criado e tomado forma.


da casa

depois da imagem sonhada, trabalho pensamentos (e não mais sonhos), pensamentos graves.
com maior solidez, quero dizer. mas ao ritmo de um sonho ao tardar o dia:

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

à tempestade


volto a Baudelaire, ao sentir o crescimento do valor da intimidade quando a casa é a atacada pelo inverno.
"Les Paradis Artificiels" - quando descreve a felicidade de Thomas Quincey, enclausurado no inverno, enquanto lê Kant, ajudado pelo idealismo do ópio.
"Uma bela habitação não torna o inverno mais poético, e o inverno não aumenta a poesia da habitação?"
Fixo-me na imaginação do repouso.
É um momento fotográfico com um plano centralizado: a tranquilidade para um comedor de ópio, que ao ler Kant, concilia a solidão do sonho e a solidão do pensamento.
Assim, aceito os devaneios de repouso que o inverno sugere. Até porque o sonhador pede um inverno intenso.
Mas, agrada-me o inverno enquanto reforço da felicidade de habitar. Do inverno surgem em casa intimidades multiplicadas.
Tento recusar o repouso... e alimento-me de um à vontade protegido, de ideias.
Ganho certeza quando ouso sair à rua. Vou altiva, porque deixei em casa toda a delicadeza, com a certeza de um objectivo traçado fora dela. É fora que liberto alguma fúria, assim como é fora dela que a tempestade tem mais força.
Encaro e luto com a tempestade a céu aberto. Produzo, alimento devaneios, e rodopio em pensamentos encerrada dentro de casa-abrigo.
casa-potência.

segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

ABOUT MY DEALERS






a contaminação é um acto delicioso!
assumir preferências é raro, partilhá-las é generoso.

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

traduzindo em trinchas



sensações na forma de imagens. guardadas, revisitadas. memória:
SANTIAGO YDAÑEZ


na ARCO, em 2008. e hoje por invasão contextual!


sensitive skin


foi um dia fértil em quase todas as valências.
fiz muito e pensei ainda mais, muito mais. reduzo-me à questão das atitudes, que é ambígua e delicada. massacro-me com a falta delas.
a incompetência é um estado global. a falta de moral é uma crise actual.
saudosismo de outros dias, desenhados a carvão. hoje ninguém suja as mãos.

tenho disto, um cansaço à flor da pele, por ter os poros tão abertos. precisam-se filtros! as questões dos outros longínquos têm interferido demasiado com os meus órgãos. e há poucas boas. coloco a indiferença como a poluição sociológica contemporânea.

mas multiplico o Bom por Mil. a noção da escassez e o processo de rejeição é vital.
por isso, e sempre, uma alusão a um Melhor ainda. estratégia projectual! ...

(uma forte descarga de água a céu azul aberto mexe com qualquer um, suponho ter mexido com todos)

RUSH

IN A RUSH TO SOLVE MY MATTERS

vítima de sono incompetente:
o tempo passa, e quando o primeiro sol surge e retira a sonolenta pele, traz-me uma velocidade lúcida.
vou com a luz porque o tempo passa.

quinta-feira, 18 de fevereiro de 2010

fico assim


Jenny Holzer, 1999, Rio de Janeiro, projecção

nudez







despir-me, para me libertar, em tudo.

sempre me interessei por vazios urbanos, especialmente o solitário de uma rua toda edificada, com ritmo, com história. com toda uma densidade histórica.

este emociona-me. o lugar, o tema, o contexto.
e a espessura do meu pensamento para ele.

ainda assim... .
vou rasgar a pele, despir-me dela, vestir a do francesco carmona (meu cliente), e satisfazer-me (/mo-nos). quando eu entrar nele, trabalharei melhor. já que o cliente passo a ser eu, mais liberta, mas com as exigências e envolvência humanística do senhor.
preciso!

amargura e acidez

Barbara Kruger, 1990 (fear and hate make you small, bitter, and mean)

"A minha imagem

Expulsei a mentira como Cristo os vendilhões do templo. Com uma violência absolutamente necessária e justificada. Não me importa nada que isso tenha "prejudicado" a minha "imagem".
Quero que a minha imagem se foda."
Pedro Mexia


pólen do dia



teoria das cores: nem todos os dias no Porto são cinzentos.

tranquilidade furibunda


caminhar comigo somente, e lembrar-me que quero tanto que quero tudo.
hoje o sol ensina o caminho! hoje, eu sei-o.
e levo comigo a mesma fúria de tudo desejar e ter, agora com uma imediatez moderada.

HARD CORE


down the rabbit hole




"SENTIR TUDO DE TODAS AS MANEIRAS,
SENTIR TUDO EXCESSIVAMENTE,
Porque todas as coisas são, em verdade, excessivas
E toda a realidade é um excesso, uma violência,
Uma alucinação extraordinariamente nítida (...)"
Álvaro de Campos, Afinal

se demoro a produzir, se deixo inacabado aquilo a que me proponho, se o adio, ou o prolongo, deve-se a querer sentir o coração das coisas sangrar, ou explodir a cada segundo. porque quero fazê-lo, mas implica tempo, e o tempo consome-me e desgasta-me... tira de mim a descoberta palpitante. como nunca o é suficiente para produzir o que quero. para chegar ao resultado a que preciso chegar.

equilíbrio? ou preciso propor-me a matérias mais estimulantes? ou entregar-me? paciência! é simpático.

vou entregar todo o meu corpo ao que tenho (subestimo a minha avaliação).



anoitece sempre muito devagar

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

lusco-fusco


"La douleur, voilà le mystère, voilà la negligence des dieux, voilà la superflue qui nous réduit à n'être que pure conscience de la douleur."

Hector Bianciotti, em L'amour n'est pas aimé

segunda-feira, 15 de fevereiro de 2010

masquerade









pela sobreposição de máscaras na minha pele, acentuo o absurdo que o dia de carnaval é para mim. basta-me escolher uma delas e fazer com ela o que quiser. ou nem isso fazer. acontecem-me intervenções, sem aviso.

um festim assumidamente mascarado é tentador, mas não num dia institucionalizado. é incutido e obrigatório para as pessoas. um compromisso. pouco atraente. mas um viva às máscaras! e à desculpa que no dia de hoje elas dão para vontades epidérmicas.

um viva ao desvario, todos os dias.





amizade às vertigens



"as pessoas de bom senso pertencem ao sítio onde estão" - fixo esta ideia.

desde que o lugar seja sentido e o faça, em processo de absorção. ainda me emociono aqui, onde sei que é o meu. porque falta ainda levantar muitas pedras para o compreender melhor. e aí erguer com certeza aquelas que me competem.


MUST!


Reposição das Conferências “Discursos sobre Arquitectura”, FAUP, 1990
Discursos (Re)visitados – Ciclo de Vídeo
2 de Fevereiro | 20 de Abril 2010
Cinema Passos Manuel, Porto
Sessão 23 Fev. - bilhetes disponíveis dia 15 de Fevereiro, 2ª feira, 10h00.




Discursos sobre arquitectura”* foi um ciclo de conferências que reuniu, em 1990, no Auditório da Escola Superior das Belas Artes do Porto, um conjunto notável de arquitectos.
A Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto marcava assim a entrada na última década do século com uma iniciativa de grande alcance e ambição.
Alguns nomes, então numa primeira fase das suas carreiras, como Jacques Herzog e Peter Zumthor seriam mais tarde reconhecidos com o Prémio Pritzker.
James Stirling, uma figura central da arquitectura do pós-guerra, faria aqui uma das suas últimas conferências.
Para aqueles que na altura puderam presenciar as conferências, estudantes de arquitectura, arquitectos e professores, o ambiente era intenso e a expectativa do encontro com algumas das figuras já míticas da arquitectura contemporânea pairava no ar.

Passados 20 anos, muitas coisas mudaram na arquitectura, embora também muitas outras se mantenham inalteradas.
A iniciativa que apresentamos visa, por um lado, celebrar o ciclo de conferências de 1990 e, por outro, questionar o que a passagem do tempo fez àquilo que se ouviu e foi mostrado.
O que permanece hoje dos “Discursos de Arquitectura” de 1990, lançados por personagens tão diversos como Giorgio Grassi e David Chipperfield?
Será que aquilo que perdeu pertinência nesses “discursos” pode ter ganho patine e uma inteligência mais funda?
Como é que o discurso destes arquitectos por vezes poético, outras vezes meramente circunstancial, resiste ao passar de 20 anos?

Poderemos então reencontrar a voz de Fernando Távora e de Álvaro Siza representando o contexto nacional; Stirling, Grassi e Rafael Moneo como nomes representativos de uma influente geração “pós-moderna”; Jacques Herzog, Peter Zumthor e David Chipperfield, hoje centrais na cena contemporânea; Bernardo Secchi, um teórico maior do urbanismo em Itália; e Kenneth Frampton, que com o conceito de “regionalismo crítico” inscreveu a arquitectura do Porto, e de Siza em particular, no contexto internacional dos anos 80.

Ao ser lançada esta reposição de um conjunto seleccionado de 10 conferências, olhando para trás, pretende-se também discutir o futuro da arquitectura.
Como diz José Gil, nem sempre no nosso país é feita a “inscrição” do que acontece.
Este ciclo pretende “inscrever” os Discursos de Arquitectura no espaço contemporâneo.
Por isso, convidámos um conjunto de arquitectos e críticos para apresentar e debater, em 2010, os “discursos” e os seus ecos futurantes de 1990.

Jorge Figueira


*O ciclo
Discursos sobre Arquitectura foi organizado, em 1990, por Carlos Machado, Eduardo Souto de Moura, João Pedro Serôdio, José Bernardo Távora, José Paulo dos Santos, Manuel Mendes.

Programa

2 Fev
FERNANDO TÁVORA
apresentação por
Alexandre Alves Costa
Debate
Eduardo Souto de Moura
Manuel Mendes
Carlos Machado
Transmissão por
streaming em directo www.tv.up.pt

9 Fev
DAVID CHIPPERFIELD
apresentação por
Jorge Carvalho
Transmissão por
streaming em directo www.tv.up.pt

23 Fev
ÁLVARO SIZA
apresentação por
Jorge Figueira
Transmissão por streaming em directo www.tv.up.pt

2 Março
KENNETH FRAMPTON
apresentação por Paulo Martins Barata

9 Março
JACQUES HERZOG
apresentado por
João Pedro Serôdio

16 Março
PETER ZUMTHOR
apresentação por
Paulo Providência

23 Março
JAMES STIRLING
apresentação por
Sergio Fernandez

30 Março
BERNARDO SECCHI
apresentação por Nuno Portas

6 Abril
GIORGIO GRASSI
apresentação por Francisco Barata

20 Abril
RAFAEL MONEO
apresentação por Gonçalo Byrne
Debate
Nuno Grande
Luís Tavares Pereira
Luís Santiago Baptista.


Terças-feiras, 21h30
Cinema Passos Manuel

Bilhete: 2,00 euros

Locais de venda:
Secretaria da OASRN [2ª a 6ª, 10h00-18h00]
FAUP [2ª a 6ª, 09h00-12h30, 14h00-17h30]

As conferências serão exibidas na versão original, sem legendagem. Conversão de VHS para DVD.

* Venda de bilhetes:

Os bilhetes estarão disponíveis a partir das 10h00 da 2ª feira da semana que antecede cada sessão.

Os bilhetes para a sessão de
23 de Fevereiro, estarão disponíveis a partir das 10h00 do dia 15 de Fevereiro, 2ª feira. Este horário é também válido para os pedidos de reserva (só serão considerados válidos os pedidos recebidos a partir das 10h00 da data indicada).

Cada pessoa poderá comprar, no máximo, 4 bilhetes

Reservas:

Será possível efectuar reservas, num máximo de 2 bilhetes por pessoa. As reservas serão feitas através do e-mail secretaria@oasrn.org ou ser@arq.up.pt e serão apenas válidas se reunirem os seguintes elementos:
- nome completo;
- morada;
- telefone (contacto mais directo);
- NIF;
- comprovativo de pagamento por transferência bancária para a conta do MILLENNIUM BCP (NIB 00 33 00 00 45 216 135 5200.5).

As reservas serão consideradas por ordem cronológica de chegada e apenas abertas no período de tempo acima referido, de acordo com o horário de atendimento dos respectivos serviços (Secretaria da OASRN e Serviço de Relações Públicas e Internacionais da FAUP).

As reservas estão sujeitas à lotação da sala.

Contactos

OASRN
T 351 222 074 251
cultura@oasrn.org
www.oasrn.org


FAUP
T 351 226 057 115
sre@arq.up.pt
www.arq.up.pt

Organização: Ordem dos Arquitectos - SRN em parceria com Faculdade de Arquitectura da Universidade do Porto
Comissário convidado: Jorge Figueira
Apoio: Passos Manuel; Sinalvídeo; Flymedia
Patrocínio: AXA
Design: R2 Design




mestria


ontem foi em tom de dia de S.Valentim, quando encontrei finalmente o sentido para que o seja: um afecto na forma de entrevista.

pela procura





"Come, it's pleased so far", thought Alice, and she went on. "Would you tell me, please, which way i ought to go from here?"

"That depends a good deal on where you want to get to", said the Cat.

"I don't much care where -", said Alice.

"Then it doesn't matter which way you go", said the Cat.

"- so long as i get SOMEWHERE", Alice added as an explanation.

"Oh, you're sure to do that", said the Cat, "IF YOU ONLY WALK LONG ENOUGH".

Alice's Adventures in Wonderland, Lewis Carroll

para uma arquitectura



"Procure o sr. Cabral do Nascimento ter sempre este facto tão presente, que não saiba que o tem presente - que uma obra de arte, por dispersa que seja a sua realisação detalhada, deve ser sempre uma cousa una e organica, em que cada parte é essencial tanto ao todo, como às outras que lhe são annexas, e em que o todo existe syntheticamente em cada uma das partes, e na ligação d'essas partes umas às outras. Comprehenda isto até á inconsciencia. Sinta isto até não o sentir. E, sentido e comprehendido isto até com o corpo, despreze todo o resto. Salte por cima de todas as lógicas. Rasgue e queime todas as grammaticas. Reduza a pó todas as coherencias, todas as decencias, e todas as convicções. Feita sua aquella, a unica regra de arte, pode desvairar à vontade, que nunca desvairará; pode exceder-se, que nunca poderá exceder-se; pode dar ao seu espirito todas as liberdades, que elle nunca tomará a de o tornar mau poeta.

O resto é a literatura portugueza."

Fernando Pessoa, a Cabral do Nascimento

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para divergir.